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Sumário executivo: Soluções e estratégias para redução do desmatamento legal no Cerrado
Apesar de ser considerado um hotspot global de biodiversidade, o Cerrado vem liderando o ranking de desmatamento entre os biomas brasileiros. Somente os quatro estados da região conhecida como Matopiba – Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – responderam por quase metade (47%) de toda a perda de vegetação nativa no país em 2023. Quase todo o desmatamento do país (97%) no período teve a expansão agropecuária como vetor. No Matopiba a conversão direta para soja foi responsável por grande parte desse desmatamento.
Um desafio fundamental para alcançar a sustentabilidade agrícola é aumentar a produção sem intensificar o desmatamento e a perda de biodiversidade.
No contexto dos fluxos de comércio internacional de produtos agrícolas, a produção responsável e livre de desmatamento é particularmente importante, assim como a necessidade de conservar a biodiversidade e a prestação de serviços ecossistêmicos.
Portanto, ganha importância o debate sobre como incentivar a conservação das áreas de vegetação nativa em propriedades rurais além dos requisitos mínimos estabelecidos pelo Código Florestal, principalmente em regiões sob alta pressão para a expansão agrícola, como o Matopiba, considerada a nova fronteira agrícola do Brasil.
Este sumário apresenta resultados do projeto “Incentivos e intervenções para políticas baseadas em comportamento para uma cadeia produtiva de soja livre de desmatamento e conversão no Cerrado”, executado em 4 fases, com objetivo de:
- Avaliar o comportamento das(os) produtores(as) de soja no Cerrado para identificar as causas principais que influenciam a decisão sobre o uso das suas terras e desenvolver uma hipótese sobre as causas e motivações destes comportamentos.
- Projetar incentivos e intervenções incorporando princípios da ciência comportamental para eliminar o desmatamento da cadeia de fornecimento de soja no Cerrado a partir dos resultados da fase 1.
- Testar a aceitação das(os) produtoras(es) às soluções projetadas para entender suas preferências e disposição a aceitar incentivos para a conservação voluntária da vegetação nativa e até que ponto esses incentivos podem ser aprimorados por intervenções comportamentais, ao aplicar um experimento de escolha com agricultores.
- Analisar os custos e benefícios das soluções propostas e definir a operacionalização do incentivo para desenvolver um plano detalhado para sua implementação, ganho de escala e monitoramento.