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Uma infinidade de ações para proteger, gerenciar de forma sustentável e restaurar ecossistemas naturais e modificados pode gerar cobenefícios tanto para a mitigação climática quanto para a conservação da biodiversidade. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento a menos de 1,5 ou 2°C acima dos níveis pré-industriais, conforme descrito no Acordo de Paris, pode gerar fortes cobenefícios para a biodiversidade terrestre, de água doce e marinha e reduzir os feedbacks climáticos amplificadores de mudanças nos ecossistemas. Nem todas as estratégias de mitigação climática são igualmente eficazes na produção de cobenefícios para a biodiversidade, algumas de fato são contraproducentes. Além disso, as implicações sociais são muitas vezes negligenciadas no nexo clima-biodiversidade. A proteção de ambientes naturais biodiversos e ricos em carbono, a restauração ecológica de habitats potencialmente biodiversos e ricos em carbono, a criação deliberada de novos habitats, levando em consideração uma combinação localmente adaptada e significativa (ou seja, todas as consequências consideradas) dessas medidas, pode resultar na soluções de ganha-ganha mais robustas. Estes podem ser ainda mais aprimorados evitando metas restritas, adotando visões de longo prazo e minimizando perdas adicionais de ecossistemas intactos. Neste artigo de revisão, discute-se primeiro várias ações de mitigação climática que as evidências demonstram que podem impactar negativamente a biodiversidade, resultando em consequências negativas invisíveis e não intencionais. Em seguida, são examinadas ações de mitigação climática que coentregam biodiversidade e benefícios sociais. Damos exemplos dessas soluções ganha-ganha, categorizadas como “proteger, restaurar, gerenciar e criar”, em diferentes regiões do mundo que podem ser expandidas, ampliadas e usadas para inovação adicional.