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Diálogos sobre sustentabilidade no Brasil: implicações para a ciência e educação que transcendem fronteiras
O artigo propõe a construção de um novo paradigma para a ciência e educação em sustentabilidade no Brasil, com relevância significativa para a comunidade científica global.
No Brasil, é crucial fortalecer de forma efetiva e urgente a ciência e a educação em sustentabilidade para enfrentar questões ‘glocais’, como pandemias zoonóticas e mudanças climáticas, ambas intensificadas pela perda acelerada de ecossistemas e pela crescente vulnerabilidade social. No entanto, o sistema universitário brasileiro, ainda muito disciplinar, tem respondido de forma lenta e fragmentada a essas necessidades urgentes e complexas. Para investigar como os processos de diálogo com não-acadêmicos podem promover a integração de diferentes tipos de conhecimento, o artigo analisa quatro importantes iniciativas de sustentabilidade de base que fomentam diálogos entre:
- Ciências;
- Artes;
- Religião;
- Juventude;
- Saberes indígenas e locais.
A partir dessas valiosas experiências, refletimos sobre as lições aprendidas com os organizadores de movimentos, cientistas e educadores – que também são coautores deste artigo. No artigo, foram identificados valores, conteúdos e atitudes que, se devidamente incorporados à ciência e à educação em sustentabilidade no Brasil, podem aumentar significativamente seu potencial transformador ao refletir vozes locais e engajar-se de maneira crítica com os conceitos do norte global, muitas vezes hegemônicos. Embora a ciência da sustentabilidade, em diálogo com outras formas de conhecimento, ainda esteja em fase inicial no Brasil, identificamos que essas iniciativas de base fora do ambiente acadêmico podem inspirar profundamente a ciência e a educação a abordar a sustentabilidade como uma totalidade – um estado de equilíbrio que se realiza individual, coletiva e cosmicamente. No presente artigo, foi discutido ainda como adotar uma postura transdisciplinar e reflexiva na ciência e educação em sustentabilidade no Brasil, além de ter sido destacado a sua contribuição única e fundamental para temas de fronteira nos debates globais sobre a sustentabilidade.