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16.05.23
Não é possível negociar com a natureza
Cúpulas de negociação já não são suficientes. Precisamos da concretização das ações estabelecidas nos compromissos mundiais para proteger nosso planeta. Temos roteiros para isso. Além do Acordo de Paris, firmado na COP21, há o recente Marco Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal, firmado na Conferência da Biodiversidade da ONU (COP15).
Neste último, a meta de conservação de 30% dos ecossistemas pode reduzir em 79% o débito de extinção de espécies, em 67% o impacto na integridade de ecossistemas e em 50% a vulnerabilidade de ecorregiões, além de armazenar cerca de 1.600 gigatoneladas de gás carbônico, se implementada em áreas prioritárias com base em critérios de biodiversidade e clima. Esse cenário representa uma otimização de 31% dos benefícios em biodiversidade e de 137% da mitigação das mudanças climáticas, em comparação com ações realizadas sem priorização espacial.
Esse tipo de análise espacial, fornecida pela Plangea Web — plataforma de acesso gratuito do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) —, pode apoiar o planejamento integrado do uso da terra, subsidiando cientificamente a tomada de decisão na implementação do Marco Global da Biodiversidade e também no alcance das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) para redução de emissões, parte do Acordo de Paris.
Matéria publicada pelo jornal “O Globo” em 16 de maio de 2023.