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O papel de diferentes regimes de governança na redução da vegetação nativa conversão e promoção do recrescimento na Amazônia brasileira
Medidas de conservação baseadas em área, incluindo áreas protegidas (AP) e outras medidas efetivas de conservação baseadas em área (OECM), desempenham um papel importante na conservação da biodiversidade. Na Amazônia brasileira, embora Unidades de Conservação e Terras Indígenas tenham demonstrado reduzir o desmatamento, poucos estudos abordaram os Territórios Quilombolas e nenhuma das áreas mencionadas foi avaliada quanto ao seu papel na promoção do reflorestamento da vegetação nativa. Aqui, usamos uma análise de correspondência para mostrar que Terras Indígenas da Amazônia Brasileira, Territórios Quilombolas e dois tipos de áreas protegidas (Unidades de Conservação de Uso Restrito e Uso Sustentável) contribuem para a redução da conversão da vegetação nativa, quando comparados às suas áreas de controle. Terras Indígenas e Unidades de Conservação de Uso Restrito perderam, respectivamente, 17 e cinco vezes menos cobertura vegetal nativa do que as áreas de controle desprotegidas, entre os anos de 2005-2012. Da mesma forma, os Territórios Quilombolas tiveram taxas de perda de vegetação nativa 5,6 vezes menores do que nos controles pareados. É importante ressaltar que nossos resultados demonstram pela primeira vez que entre 2012 e 2017 as Terras Indígenas e Territórios Quilombolas contribuíram duas e três vezes mais para a regeneração da vegetação nativa – um processo crítico para salvaguardar a biodiversidade em muitas, senão todas, partes do mundo. Nossos resultados ressaltam a importância de áreas além do sistema formal de áreas protegidas na conservação da biodiversidade e na promoção da regeneração florestal.